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Família Comprometida: A Problemática da Negação

A família, que em seu contexto tem a problemática do álcool e outras drogas, desenvolve um rígido sistema de negação da situação em que vive. Tanto o dependente como o familiar, utilizam este artifício na tentativa de evitar o reconhecimento do problema existente. A dependência instalada neste meio destrói a autoconfiança e a autoestima de toda família, assim a negação se torna uma defesa na crescente falta de controle sobre a situação problema.

A própria negação pode indicar a existência do problema da dependência e da codependência na família vindo a piorar o quadro com o passar do tempo. Compreende-se a dependência química como o consumo sem controle de uma substância psicoativa (álcool ou outras drogas). Este consumo descontrolado está, geralmente, associado a problemas sérios para o consumidor da droga em várias áreas de sua vida, seja física, psicológica, espiritual, de saúde, etc.

Já a codependência se apresenta no quadro de distúrbio mental. Destacasse ansiedade, angústia e compulsividade obsessiva em torno de tudo que envolve a vida do dependente. Ainda, o que fica evidente, neste distúrbio é a anulação da própria vida do familiar para viver na dependência dos acontecimentos de quem vive a dependência do álcool ou outras drogas. Assim, negar o problema já existente não irá contribuir de forma positiva, tanto para o dependente, buscar ajuda externa, como para toda família tomar consciência dos novos rumos, ou mesmo, voltar aos trilhos.

O ambiente familiar onde a confiança é comprometida precisa de ajuda e compreensão. Famílias que aprendem a resolver seus problemas tendem a prevenir novas crises e a lidar de forma madura e sábia com a problemática da dependência. Portanto, negar a situação já existente, não resolve, nem se culpar pelo sistema familiar “descarrilhado”.

Buscar ajuda sempre é uma opção. Existem muitos grupos de apoio (Cruz Azul, Amor Exigente, AA, NA, entre outros) que tem a função de redimensionar os participantes/famílias a tomarem decisões responsáveis e saudáveis, não mais baseadas em manipulações ou ameaças, mas sim dentro daquilo que agora traz liberdade e compromisso com o novo.

 

Texto: Mara Márcia Schroeder