Estar contente significa estar satisfeito com tudo aquilo que Deus permite em nossa vida. Para chegar nesse estado de aceitação é preciso passar por processos, que nos ensinem o contentamento. Constantemente me pego frustrada por desejar algo relacionado à minha trajetória artística que Deus não projetou para mim.
Enquanto perdemos tempo focado nos dons e trajetória que Ele não projetou para nós, deixamos de aproveitar o deleite e plenitude de sua presença, disponíveis diariamente. Assim como, deixamos de focar nossa atenção naquilo que ele projetou para nossa vida. A energia que gastamos com o que Deus não quer para nós, poderia ser investida naquilo que Ele quer.
Esse descontentamento é tão sério, que pode levar até mesmo o prazer de viver. Levar a alegria das pequenas práticas diárias carregadas da provisão e do amor de Deus, que se perdem enquanto focamos toda nossa atenção no dia que se desenrola, diferente daquilo que planejamos, e que, portanto, não queríamos vive-lo tanto assim.
Isso tem a ver com as raízes do nosso coração, aquilo sustenta quem somos e como pensamos. Ninguém deixa de sentir prazer pela vida de um dia para o outro. Isso acontece por uma sucessão de fatores, que me recorda a passagem de cantares que diz que a vinha é destruída pelas raposinhas. Algo sutil que pode nos destruir.
Essas raízes podres tem nome, e é preciso identificá-las para que se gere o processo de arrependimento. Pode ser inveja, preguiça, cobiça, vaidade, ou orgulho, uma infindável lista que transforma qualquer coração alegre em amargurado.
Como artista preciso constantemente sondar a mim mesma e, com a ajuda do Espirito Santo, alinhar expectativas e deixar que Ele trate cada raiz podre que eu possa carregar. Quando percebo o desanimo como centro da minha existência, um desejo de não querer fazer nada e ficar amuada, sei que algo dentro de mim precisa ser ajustado.
O remédio para um artista frustrado é volta-se para Cristo. Que Ele nos ajude a aprender a estar contentes em toda e qualquer situação, e investir nossos dons, que ele nos deu na medida certa para glorifica-lo, apesar de não estar de acordo com nossa listinha de desejos (muitas vezes pecaminosos). Com um coração liberto, podemos perceber o quanto somos amados diariamente e viver em plenitude de espírito, sem desejar aquilo que Deus não projetou para nós.
Autora: Débora Lobo