Os evangélicos tiveram peso considerável nas últimas eleições. Teremos peso nesse período de corona vírus?

Vejamos:

Pelo segundo ano eu vou a Vitória – ES, para dar aulas no Avalanche Missões Urbanas. Sempre que estou por lá, encontro um dos lemas que considero mais lindos: PLANTANDO UM JARDIM EM MEIO AO CAOS.

De certa forma, isso resume o chamado cristão nesse momento.

Veja os posts no Twitter e em outras redes; veja os noticiários, e, embora você consiga identificar alguém dizendo “não entre em pânico”, o subtexto mais amplo é um convite ao desespero.

É natural o desespero de quem vive para essa vida, de quem se percebe guiado pelo acaso e de quem deposita a sua confiança em coisas frágeis e passageiras. Faz sentido que respondam assim.

Note que o desespero pode se manifestar em histeria e pânico sentimentalista, ou em cinismo. Um tenta externalizar toda a sua inquietação, aumentando sua ansiedade, enquanto o outro tenta se conter e esconder por meio de piadas e aparente frieza.

Mas o cristão é chamado para “plantar um jardim em meio ao caos”. Entre histéricos e cínicos, somos chamados a viver com esperança.

Isso significa não ser contagiado pelo vírus do desânimo e da ansiedade, oferecendo uma alternativa: uma vida sóbria que olha para a eternidade.

A esperança pode guardar o nosso coração, e a comunicação das razões da nossa esperança pode semear a paz nas pessoas perto de nós.

Não se trata de fechar os olhos para a realidade. É o exato oposto: trata-se de observar a realidade COMO ELA É, considerando a dimensão espiritual ignorada pela sociedade moldada nos termos do humanismo secular.

O homem do nosso tempo olha para si, e entra em crise. O cristão olha para Deus, e percebe que nada está fora de controle. Vamos plantar um jardim?

Salmos 46:1-2
1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. 2 Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares.

Cristãos cansados e perdidos. Cansados, vivendo uma espiritualidade desordenada. Desanimados com a igreja e sem esperança na vida. Cheios de dúvidas, mas sem ninguém que os ajude. Perdidos em si, perdidos no mundo. Vivendo sem direção e afundando a cada dia. Submersos.

Cristãos frustrados e confusos. Sem crescimento na caminhada com Deus; sem discernimento enquanto vivem no mundo. Levados pelas propostas do seu tempo, lendo a Escritura com as lentes da cultura.
Cristãos apáticos. Sem influência e amor. Sem servir no mundo, sem produzir cultura, sem acolher pessoas, sem comunicar a verdade.

A crise de espiritualidade promove a crise na missão. Homens e mulheres sem rumo não chegam a lugar algum. E o resultado é mais apatia e mais confusão. Distraem-se no entretenimento, mas o barulho do seu silêncio não some.

Francis Schaeffer é um auxílio para cristãos que experimentam desordem interior. Ajudando-nos a conhecer o Deus infinito e pessoal, Schaeffer abre os nossos olhos para a verdadeira espiritualidade, e nos permite perceber a beleza e graça no mundo. Com a verdadeira espiritualidade, nova vida e novo ânimo nos encontram. Experimentamos reintegração pessoal e restauração nos relacionamentos. O brilho volta ao olhar.

Francis Schaeffer é um auxílio para cristãos travados. Sua história nos envolve, e suas ideias nos encorajam a conhecer a cultura e interagir com ela de modo intencional. Amar as pessoas do nosso tempo, ouvir o seu clamor nos diferentes modos de manifestação; responder falando a verdade em amor. Engajamento cultural, serviço, apologética e evangelização trabalham em conjunto para que a presença cristã no mundo seja viva e bela.

Francis Schaeffer experimentou essas transformações na própria pele, e se transformou em um dos líderes cristãos mais influentes do século 20. Enquanto uma parte da igreja se fechava e, com isso, tornava-se incapaz de comunicar a verdade ao homem do seu tempo, Schaeffer, tendo redescoberto o impacto da obra consumada de Cristo, caminhou na direção oposta – comunicar com clareza e sensibilidade a razão da sua esperança.

A Escola Francis Schaeffer existe para que homens e mulheres tenham experiência semelhante. Conheça mais clicando aqui!

A lição mais preciosa que você deve aprender hoje é que seus recursos são limitados. Talvez essa não seja uma boa notícia, mas logo parecerá melhor. Permita-me explicar:

Francis Schaeffer começou a sua vida como pastor em 1938. Saiu do seminário e seguiu para pastorear uma igreja presbiteriana na cidade de Grove City, Pennsylvania. Schaeffer deu tudo de si no trabalho daquela igreja. Ele era energético e intenso. Alguns frutos foram vistos claramente, como o envolvimento de crianças – a igreja tinha quatro crianças matriculadas na escola dominical, mas se viu com 170 crianças na escola bíblica de férias! Schaeffer dormia tarde e acordava cedo, trabalhava sem folga, e era consumido pelo senso de dever e compromisso com o trabalho.

Talvez você veja isso como exemplar, mas algo estava errado.

Não demorou até que o organismo daquele pastor gritasse por socorro. Schaeffer entrou em colapso com esgotamento, e teve a dura prescrição do médico, limitando a sua jornada de trabalho, e determinando que ele estivesse na cama às 23 horas.

O mais curioso disso tudo é que muitos anos depois, Schaeffer analisaria esse período em conversa com o seu amigo Hans Rookmaaker.

Schaeffer contou que o seu excesso de trabalho se deu porque ele tinha uma teologia confusa da soberania de Deus e da sua responsabilidade. Naquela primeira experiência de ministério, Schaeffer achava que tudo dependia dele. E então usava os seus recursos indiscriminadamente, sempre querendo fazer mais e alcançar mais para garantir os resultados.

Talvez, em alguma outra proporção, esses sejamos nós.

Queremos garantir os resultados. Vivemos como se tudo dependesse de nós. E gastamos nossos recursos indiscriminadamente, sem perceber que o conceito de sustentabilidade primeiramente se aplica a nossa caminhada.

Nós devemos trabalhar muito, mas sem o peso da garantia última de nossas vidas. Usamos as máscaras bonitas da “responsabilidade” e “compromisso”, mas apenas estamos escondendo a feiura da arrogância e idolatria.

Quando aprendermos a confiar no Senhor, poderemos trabalhar no ritmo da graça, administrando os recursos que Deus nos tem dado para cultivar e descansar o terreno do nosso coração.

Quando entendermos que os resultados pertencem a Deus, estaremos prontos para ver os frutos surgindo, em toda a sua beleza, diante de nós.